quarta-feira, 22 de março de 2017

Como você pode fazer a sua parte no processo de despoluição das águas

Acredito que somente uma pessoa espiritual de fato, ou seja, uma pessoa com um coração verdadeiramente amoroso, é capaz de promover mudanças significativas no mundo, já que todas as atitudes que nascem do medo geram mais reações negativas, enquanto as ações que nascem de um coração amoroso podem contribuir para uma transição rumo à união e ao amor. Por isso mesmo, não posso falar de sustentabilidade (Porque a crise ambiental é responsabilidade de cada um de nós) sem falar sobre a cura da dor que você ainda carrega e mantém o seu coração fechado, porque é ela quem está destruindo o planeta. Melhor ainda: é a inconsciência dessa dor que está destruindo o planeta.

Estou falando da sua dor porque acredito que a transformação planetária é um trabalho de todos nós, já que ela está intrinsecamente ligada com os pontos de ódio que ainda existem dentro de você e de todos nós. E quando falo especificamente das águas, escolho abordar um dos seus tantos significados que é a representação do eterno Sagrado Feminino. Em outras palavras, a água representa a relação que temos com a nossa mãe, que por sua vez, é a manifestação do princípio feminino no mundo. Costumo dizer que para saber como está uma nação basta avaliar a relação da sua população com a mãe.

“E quando falo especificamente das águas, escolho abordar um dos seus tantos significados que é a representação do eterno Sagrado Feminino.Em outras palavras, a água representa a relação que temos com a nossa mãe, que por sua vez, é a manifestação do princípio feminino no mundo.”

Vamos entender isso melhor: o ser chega ao mundo através da mãe. Ele se desenvolve em termos físicos e conscientes no corpo da mãe, criando uma relação muito profunda com ela. Em termos psico-emocionais, essa experiência terrena possibilita que ativemos a nossa ‘total consciência’, que eu tenho chamado de ‘consciência maior’. O que chamo de consciência maior é a nossa capacidade de nos doar ao outro, de evoluirmos da necessidade de receber amor exclusivo para sermos capazes de nos dar para o outro sem querer nada em troca.
Assim se dá a evolução da consciência mas, devido aos karmas criados pela humanidade em busca da felicidade, a consciência tem estado dentro de um ciclo vicioso negativo, o que faz com que a mãe (e o pai também) não tenha o que dar para o filho.
Acontece que a criança chega ao mundo precisando de amor exclusivo e faz o que for preciso para tirar isso da mãe e do pai, mas não consegue. Ela tenta controlar o mundo – e para ela o mundo é a mãe – mas não consegue. A criança quer mamar para matar a fome e o peito não está lá na hora que ela quer e se está, muitas vezes, está vazio de amor. Assim, ela vai desenvolvendo uma revolta, um ódio pelo mundo que não satisfaz as suas necessidades.
Inconscientemente, ela começa a destruir o mundo e a principal forma de destruir o mundo é poluindo as águas, que como já disse, é a manifestação mais nítida da mãe. Em outras palavras, a criança mata a mãe porque essa não deu o que ela queria.
Talvez você ainda ache que não faz nada para poluir as águas, afinal, não joga lixo diretamente nos rios. Acontece que estou falando aqui de algo um pouco mais sutil e muito profundo. Estou falando que por trás da destruição do planeta há uma ferida pulsando, um sentimento de orfandade. Essa ferida está por trás de toda a inconsciência sobre o lixo que fabricamos e não sabemos onde por, inclusive de todo o lixo que colocamos para dentro de nós mesmos fazendo com que destruamos nosso próprio corpo.
E é aí que está a sua responsabilidade nessa história, porque os rios que fluem em direção ao oceano, são uma representação do rio interno que corre na forma das veias e artérias. A água é o sangue que corre até chegar ao coração, que é o oceano. As águas são o sangue que estamos constantemente poluindo com alimentos errados e com uma série de sentimentos negativos. Nós estamos envenenando o sangue, criando doenças e impedindo que as águas fluam livremente.

“Você já pode enxergar essa manifestação da luz divina em sua mãe? Você já pode honrar essa luz? Você já pode agradecer essa mãe, por ela ter sido canal para você chegar neste mundo”

Costumamos relacionar as águas com as emoções. Existem as emoções inferiores e as emoções superiores. Isso é somente uma forma de tentar entender aquilo que se passa no nosso sistema. As emoções negativas são aquelas carregadas de sofrimento e são geradas por conta do rio bloqueado. As emoções superiores são aquelas que vêm com contentamento e êxtase, que se manifestam quando o rio está fluindo e as águas estão claras. A água pura da vida é a própria bênção.
Eu sinto que é muito importante tomarmos atitudes concretas que possam ajudar a despoluir as águas, principalmente a partir das suas atitudes particulares, tentando ter consciência do que você faz com o seu lixo, pois esse é um dos principais problemas do mundo hoje. Porém, o mais importante ainda é tomar consciência sobre como você está em relação ao feminino.
Como você está em relação à sua mãe? Você já pode ver o Divino nela? Já consegue reverenciá-la? Eu estou falando da mãe que foi o portal para você chegar neste mundo que, independentemente de todas as mazelas que ela possa carregar, também traz em si a manifestação da luz divina. Você já pode enxergar essa manifestação da luz divina em sua mãe? Você já pode honrar essa luz? Você já pode agradecer essa mãe, por ela ter sido canal para você chegar neste mundo ou ainda há mágoas e ressentimentos por conta desse sentimento de orfandade que você carrega? Como você está em relação ao feminino de uma forma geral? Como você está em relação ao feminino em você?
O feminino é a capacidade de aceitar. O feminino é a aceitação que, na sua forma distorcida, se transforma em submissão. A submissão ocorre quando o ódio contamina esse princípio da aceitação. Ela se transforma numa arma que você usa para forçar o outro a fazer o que você quer. A principal manifestação da submissão é a carência de amor. Você está sempre achando que está incompleto e que precisa que o outro esteja ali te dando alguma coisa.
A aceitação, quando verdadeira, gera autossuficiência, liberdade e independência. Ela é a manifestação do feminino positivo, mas só acontece quando você consegue se libertar desse sentimento de orfandade e do ódio que carrega em relação à sua mãe. Quando essa autossuficiência é falsa, você finge que não precisa do outro mas na verdade usa esse disfarce para lhe tirar energia.
Agora precisamos compreender que existe uma negação dessa dor e uma série de mecanismos de proteção para não entrarmos em contato com ela, entre eles o amortecimento, a racionalização e a compulsão. Com o primeiro, você segue vivendo mecanicamente, sem sentir. Você bota lixo para dentro e não sente nada, você machuca e é machucado e não sente nada. Com o segundo, você sente alguma coisa mas logo tenta racionalizar e explicar o que está se passando. Já com a compulsão, você faz muitas coisas o tempo todo para poder fugir da dor que está causando toda a destruição na sua vida. Acontece que para fugir dessa dor, você cria todo o tipo de sofrimento desnecessário.
Por isso, o processo de evolução e transformação planetária começa com o desamortecimento do indivíduo. E isso se dá olhando para o medo enorme que você carrega dentro de si e que faz com que se proteja tanto. Esse medo na verdade é um medo de sentir qualquer coisa, seja dor ou alegria. Porém, somente uma pessoa que é capaz de sentir a própria dor é capaz de ser feliz de fato, simplesmente porque ela é capaz de sentir.
Torço para que você possa aos poucos olhar de frente para essa dor. Que possa ir limpando toda mágoa e todo ódio que carrega em relação a sua mãe. Lembremos que a água é um dos principais pontos de sobrevivência para esse mundo e estamos diante de um estado real de emergência. Enquanto cientistas encontram caminhos para essa questão de fora para dentro, com mecanismos de despoluição dos oceanos, façamos a nossa parte: sigamos buscando os caminhos de purificação de dentro para fora, limpando os nossos corações.

https://www.sriprembaba.org

Nenhum comentário:

Postar um comentário